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exórdio

deda silveira

mentoria de kim coimbra

Um exórdio e nele, já não sei quem nasce primeiro, a vida ou o sonho. Mas algo nasce, enquanto me pego pensando se não seriam, os sonhos, a nossa relação simbólica mais íntima e sensorial com a vida. Seríamos nós, mutantes imaginários de uma engenharia onírica? Cabe ao sonho, surrealizar  novas formas de vida, da natureza dos corpos, das relações e emoções? 

 

Sonhar, ato involuntário, território livre do delírio. 

 

Sidarta Ribeiro em sua obra “O oráculo da noite” , descrevendo sobre as mensagens do inconsciente, sinaliza que a psicanálise entende, assim como o principal texto do judaísmo, Talmude, que o “um sonho não interpretado é como uma carta nunca lida”, essa frase me tem, mas fico presa na palavra e potência da carta e no que ela me traz enquanto objeto de registro, memória, jogo de realidade e ficção. 

 

Há algum tempo registros meus sonhos, e há poucos meses tenho coletado registros oníricos de pessoas do meu convívio ou não, através de cartas, e essa pesquisa é conduzida pela possibilidade de criação de um texto performático e/ou ficcional reunindo elementos dos outros em interseção com o eu, a partir do que há de simbólico e vital nas palavras, e tendo como linha de observação o aspecto cultural e psicanalítico do sonho. Ao escrevermos uma carta, nos endereçamos ao outro, portanto, uma carta que abriga um sonho, endereça-o. Cartas vem chegando, por terra, ora em mãos ora não, via céu e nuvem.

 

Além das cartas, as pessoas endereçam uma fronha de seu travesseiro onde já deitaram para dormir, dispositivos para desbravar outras fontes simbólicas, materialidades e linguagens a partir deste invólucro que me é entregue, em um movimento irreversível a favor da arte.

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